Bati na porta da casa do Guga, eu não agüentaria esperar até segunda para falar com ele, eu não podia falar com ele pelo telefone ou MSN, seria covardia demais, e eu não sou o tipo de pessoa que procura saídas mais rápidas, eu procuro enfrentar os meus problemas de frente. Passaram-se alguns minutos até que alguém veio atender. Era a Dona Helena, mãe do Guga.
Eu sempre tive uma enorme admiração pela Dona Helena, ela devia ter uns quarenta e muitos ou uns ciquenta e poucos anos, mas seus olhos e seu sorriso pareciam de menina, o Guga puxou muito da mãe, incluindo os olhos cor de mel e a pele branca, mas ela era tinha os cabelos loiros e cacheados e ele tinha os cabelos negros e lisos, mas o que mais chamava atenção no Guga são os olhos, eu sempre me apaixono pelos olhos.
- Oi Dona Helena! – Falei dando um sorriso, até mesmo um pouco forçado. – O Guga está?
- Não, querida, hoje é sexta, ele está no treino de futebol, mas se você quiser esperar... - No mesmo instante que ela falou que ele estava no treino eu me virei e comecei a correr em direção ao campo que eles treinavam.
- Obrigada Dona Helena – Eu gritei ainda correndo.
Quando cheguei no campo eu estava ofegando e suada. Ótimo! Não foi assim que eu planejei isso. Sim, eu planejei isso, e na minha imaginação era o mais rápido e neutro possível. Sentei no banco pra descançar um pouco. O Guga veio fala

- Olha só quem veio me visitar – Ele estava todo sorridente.
- Oi Guga, eu...
- Deixe- me adivinhar, veio me dar a minha resposta, qual é, sim ou não? É sim, não é? Ah, Rayssa você não sabe o quanto eu estou feliz – Depois dele não ter deixado eu falar, ele me abraçou. Afastei-o no mesmo instante.
- Não!
- Não o que? – O sorriso dele desapareceu – Não, você não tem a resposta ou não é a sua resposta?
- Não é a minha resposta
- Mas, porque?- Porque eu não posso fazer isso com a Vih - Mentira! – Ele gritou – é por causa daquele mauricinho do Fernando
- Por ele também
- Você gosta dele – Isso não era uma pergunta
- Guga, eu...Ele segurou meu rosto e me beijou, um beijo ardente, um beijo apaixonado, mas eu não podia correspondê-lo, eu já não era mais apaixonada por ele. Parei o beijo.
- Desculpa Guga, eu não posso
- Porque não?
- Eu já esperei tempo demais por você, e agora, eu não posso fazer isso comigo.
Dei um beijo doce do alto da testa dele como se dissesse: vai ficar tudo bem, você vai ver. Virei-me e comecei a caminhar, estava começando a chover, já não importava, eu tinha cumprido com a minha decisão, isso importava.