
Sinto tanta falta dele, faz dois anos que não o vejo, mas é como se ele nunca tivesse partido, às vezes consigo sentir o doce aroma de sua pele, consigo ver seus olhos escuros protegendo-me, seu sorriso impecavelmente perfeito, eu nunca o esqueci.
E hoje ele está voltando, sinto-me tão nervosa, uma coisa realmente estranha, eu nunca me sinto nervosa, seja o que for, sou o tipo de garota que os outros chamam de fria, que sempre esconde suas emoções.
Ele foi o único a quem eu mostrei quem eu realmente sou, o único que conseguiu enxergar dentro de mim, e eu enxerguei-o de volta.
Peguei as chaves do carro, estou surpresa que tenha conseguido, minhas mãos tremem e suam, eu achava que qualquer coisa que eu tentasse segurar fugiria entre meus dedos, evitando a mim de revê-lo.
Entrei no carro. Ainda não acreditava que iria encontrá-lo, depois de tanto tempo, eu estaria em seus braços novamente.
Liguei o carro e pisei no acelerador. Eu precisava dele, do meu Adam.
Adam
Faltava pouco, daqui a pouco eu estarei em casa, nem acredito nisso. Depois de dois anos, e eu ainda sinto falta. Meu sonho sempre foi fazer uma faculdade em Londres, e quando finalmente consegui pareceu tão vazio, o pior foi ter que deixa-la aqui, ver seus olhos se enchendo de lagrimas, e me pedindo pelo amor de Deus para ficar, a minha vontade naquela hora foi desistir de tudo e dize-la que eu nunca iria embora, que ficaria. Com ela e só por ela.
Mas não pude, não tive coragem o suficiente para fazer isso, fui covarde e tive que vê-la chorar, meu coração apertado deixando-a.
Será que ela já me esqueceu? Ela deve ter seguido em frente, deve estar namorando outra pessoa.
Não se passou um dia sem eu pensar nela, pensar em como ela estaria naquele momento, se ela também estava pensando em mim, se ela estava bem, não se passou um dia sem arrependimento por não estar onde ela está. Eu pertencia a ela, agora e sempre.
O avião pousou, os passageiros estão saindo aos poucos, será que ela estará lá? Eu preciso tanto vê-la. A minha doce Mary.
Mary
Um oceano de carros a minha frente, o sol queimando minha pele, e tudo o que eu pensava era em Adam. Será que ele sentia falta de mim como eu sentia dele? Será que ele me esqueceu? Acho que não, senão ele não teria mandado um e-mail para mim, falando que gostaria de me ver quando chegasse.
Eu precisava de Adam como preciso de oxigênio, simples, não sei como consegui viver tanto tempo sem ele, foi um milagre, provavelmente foi isso.
Namoramos desde crianças e eu sabia, como sabia qual era o meu nome, que eu pertenço a ele, desde sempre.
Olhei o relógio mais um vez, eram 15:00, ele deve ter chegado a meia hora, e eu aqui presa nesse transito, e tudo o que eu queria era vê-lo de novo, tocar nele. Era tudo o que eu queria.
Cheguei ao Aeroporto.
Adam
Olhei o relógio mais uma vez, então olhei para os lados, e nada da Mary, eu não queria pensar nisso, mas parece que ela não me quer mais, meu coração doía, martelava no peito, mas eu não podia fazer nada, só deixa-la ir. Era tão ruim que me deixava mal, pensar em mim sem ela.
Levantei-me da cadeira onde estava sentado e me dirigi a direção da multidão.
Mary
Corri para atravessar a multidão, mas ele não estava lá. Não estava lá. Será que ele pensou que eu não viria? Meu Deus, não! Não, ele não pode ter pensado nisso, ele é tudo para mim, eu não suportaria perde-lo. De novo.
Foi então que eu vi, uma confusão de cabelos cor de mel entre a multidão, era o Adam, só podia ser ele, tinha que ser ele.
- Adam! – gritei, a cabeça com os cabelos castanhos claros não virou, ele não me escutou. Droga!
Corri o mais rápido que pude, me apertando entre a multidão, empurrando um, apertando outro, até chegar nele.
Apertei seu ombro e ele se virou para me fitar, estava ainda mais bonito do que eu lembrava, mais maduro, mais homem.
- Adam – falei com uma voz cansada. Não pude me conter, passei a mão pelo seu rosto. – Você está mesmo aqui.
Uma lagrima caiu, e ele foi rápido o bastante para tirá-la dali.
- Ei! Não chore, eu estou aqui, e é pra sempre.
- Eu senti tanto a sua falta, Adam.
- Eu também.
Ele passou os braços pela minha cintura e eu passei os meus pelos seus ombros. Ele moveu seu rosto na minha direção e colou sua boca a minha. Eu estava com ele de novo.
- Eu pertenço a você, Adam – consegui sussurrar quase sem fôlego.
- E eu a você, Mary – sussurrou ele de volta, selando minha boca a dele mais uma vez.