quarta-feira, 21 de abril de 2010

A Fairytale

Sentei-me mais uma vez no banco da praça, devia ser a milésima vez que vinha para cá fazer simplesmente... nada.
Mas vir aqui fazia em me sentir mais viva do que qualquer outra coisa que eu já tenha experimentado.
Era mais que viciante simplesmente sentar ali e imaginar a vida de outras pessoas, era isso que trazia emoção a minha vida. Sem isso eu estaria simplesmente... perdida.
- Bom dia, Helena. - Escutei uma voz mais velha me chamar.
Levantei a cabeça e pude ver o Sr Harris sorrindo para mim.
- Bom dia, Sr Harris. - Disse eu dando um aceno com a cabeça.
O Sr Harris era um homem já de idade com seus setenta ou oitenta anos, mas quando sorria parecia mais novo que eu, que estou no auge dos meus dezesseis anos.
Eu costumava a imaginá-lo como um daqueles senhores bonzinhos que fica jogando milho para as aves na praça.
E acabei estando correta, o Sr Harris vem todos os dias a praça para sua caminhada matinal e sempre traz um saco de milho para alimentar os pombos. Ele é uma boa pessoa.
- Vai escrever de novo? - Perguntou ele ainda parado a minha frente.
Apontei para o caderno que estava no meu colo e sorri para ele.
- Sempre.
- Isso é ótimo, sua mãe deve estar orgulhosa de ter uma filha escritora, não é mesmo?
"Claro, se ela soubesse que eu venho aqui toda semana para ficar imaginando a vida dos outros e escrevendo, ela já teria impedido a muito tempo", pensei, mas não disse isso em voz alta em vez disso eu apenas disse:
- Claro, senhor.
- Bem, já estou indo, até mais Helena.
- Até mais Sr Harris.
Assim que ele começou a caminhar eu comecei a escrever. Sobre o dia, a paisagem e o mais importante: as pessoas.
Eu conhecia cada ser que frequentava aquela praça e me intrigavam as pessoas bizarras.
Como a Sra Mariage, uma mulher de quarenta anos que diz para a familia que parou de fumar quando tinha dezenove anos e vai para a praça todos os dias para fumar, igual a uma adolescente.
Ou então o velho Will que se faz de cego para conseguir uma graninha fácil, mas se duvidar enxergava melhor que toda minha familia junta.
Sabe, uma vez eu perguntei porque ele fazia isso, e ele respondeu:
- Sabe, Helen, - Ele não acerta meu nome - hoje em dia emprego está difícil - depois de falar isso ele acendeu um cigarro, desarrumou meu cabelo e saiu andando, desviando dos obstáculos, como se meia hora antes ele não estivesse fingindo ser cego.
Mas a pessoa que mais me intrigava era Josh Thompson, só de pensar nele meu coração acelerava. Ridículo, eu sei, mas também involuntário.
Josh era o tipo de garoto que todos os pais de todas as meninas queriam como genro. Inteligente, amigo, respeitoso, e o mais importante, ele era realmente... um gato.
Ele tem dezessete anos, loiro, olhos claros - verdes para ser mais exata - pele bronzeada por causa do sol infernal, sem falar nos músculos, e que músculos se me permitem dizer.
- Olá Helena, - Uma voz familiar tirou-me de meu devaneio sobre Josh. - sobre o que está escrevendo hoje?
Assustada, fechei o caderno o mais rápido possível. Respirei fundo e forcei um sorriso.
- Nada demais, Josh, o de sempre.
- E o que é o de sempre? Posso saber? - Perguntou ele com seus olhos verdes risonhos me perfurando. Ele pegou meu caderno e já ia abri-lo.
- Eu não gosto que outras pessoas leiam o que eu escrevo.
- Então leia para mim.
- Não estou certa de que isso seria uma boa ideia.
- Ah, vamos lá, não pode ser tão ruim assim,
"Ah, não eu só vou precisar fugir" pensei.
- Vamos, Helena, sei que você escreve bem.
É agora ou nunca. Agora ou nunca.
Abri o caderno.
- "Josh Thompson," - Comecei a ler. - "é a pessoa mais intrigante dessa praça toda, ele consegue ser o sonho de todas as outras garotas"- Respirei fundo. - "e temo dizer que o meu também."
Olhei para ele a tempo de ver a surpresa passar por seus olhos depois voltei meus olhos para o caderno novamente.
- Tenho que ir. Tchau. - Levantei-me e comecei a andar.
- Helena, espera. - disse ele vindo atrás de mim. - Eu não fazia ideia de que você gostava de mim. - Após falar isso ele segurou meu queixo - E para ser sincero eu me sinto do mesmo jeito.
Quando abri os olhos ainda estava sentada no banco e nada do Josh em lugar algum.
Olhei para o caderno que ainda estava no meu colo e li: "...e temo dizer que o meu também." Devo ter sonhado acordada. Eu sempre faço isso.
Levantei-me do banco e comecei a caminhar para casa.
- Quem sabe um dia - murmurei para mim mesma - quem sabe um dia faça o conto de fadas virar realidade.

sábado, 10 de abril de 2010

Para a menina que conheceu o amor.

Ela era o tipo de garota que tem todos os garotos aos seus pés, sejam eles bonitos ou feios, inteligentes ou burros, eles sempre queriam-na. Muitos deles queriam namorá-la, outros só queriam "pegar" uma das garotas mais lindas e populares do colégio.
Ao longo do tempo ela fez escolhas erradas, escolheu garotos errados. Julgou os livros pelas capas. Seu coração foi partido, mas isso não a matou. Pelo contrario, isso lhe fortaleceu cada vez mais. Porém seu coração não era mais o mesmo, ela queria se proteger e não queria mais sofrer, então trancou-o e guardou a chave consigo.
Mas um dia, surgiu um garoto realmente especial, que fez com que aquela garota sempre tão segura, que levava tanto jeito com os garotos de repente ficar sem saber o que fazer.
Esse garoto era realmente diferente. Era inteligente, bonito e parecia gostar mesmo dela. Sinceramente, essa é a primeira vez que ela conhece o amor.
E se a história deles vai dar certo ou não, ninguém sabe. O destino deles ainda está sendo escrito.


Hey amores.
Esse texto surgiu a partir de uma ideia da minha amiga. A ideia foi eu escrever sobre a vida amorosa dela e ela sobre a minha, achei a ideia interessante e decidi aceitar o desafio. Aqui está o texto que ela escreveu para mim. Espero que gostem dos dois.
Beijinhos.
Ray.