terça-feira, 30 de março de 2010

Garota Perdida

(Continuação de Garota Veneno e Garota Problema)


- Ei, vocês. Saiam já daí, eu vou chamar a policia. – Escutei a voz rouca do Sr Berry gritar.

Olhei assustada para Erick procurando por ajuda, mas ele só me fitou do mesmo modo como eu estava fazendo. Ótimo. Então, eu que vou ter que tirar a gente dessa. Tudo bem.

- Vem. – sussurrei, para o Sr Berry não escutar, mas o Erick não se moveu. Ele estava em choque. Só me faltava essa.

- Vem Erick. – falei um pouco mais alto e puxei-o, isso pareceu tirá-lo do transe. Ele passou o braço pela minha cintura, e me puxou para fora da piscina.

Passamos correndo pelo jardim absurdamente lindo, mas não deu tempo de admirá-lo porque o velho senhor Berry estava vindo atrás de nós. Que inferno!

Escalamos o muro pela segunda vez naquela noite. E do mesmo jeito que da outra vez foi sem a menor dificuldade.

Fomos correndo em direção ao meu carro ainda seminus, ou pelo menos eu ainda estava seminua, Erick continuava com as calças dele.

Entramos no carro, girei a chave e pisei o mais forte que pude no acelerador. As paisagens passavam borradas por nós, deixando a linda casa dos Berry para trás.

De repente Erick começou a rir. Olhei-o incrédula, ele estava ficando maluco, essa era a única explicação.

- O que foi? – Perguntei voltando a olhar a estrada.

- Você tinha razão. – disse ele, sorrindo e acariciando os meus cabelos molhados.

- Como?

- Você tinha razão, – repetiu ele mais uma vez – tudo o que é perigoso ou proibido é mais divertido.

Olhei no fundo daqueles olhos azuis e sorri, eu me sentia tão bem e calma quando estava com ele. Não era mais Alisson, a rainha do gelo, eu era só Alisson, a garota normal. E isso me apavorava.

- Eu gosto e você, Ali. – Senti arrepios percorrerem a minha pele com o uso do meu nome abreviado dessa maneira, não senti coragem nem vontade de falar para ele não usar apelidos, para ser sincera, eu tinha gostado.

- Eu... eu também gosto de você Erick. – sussurrei, um som quase inaudível, mas parece que ele escutou porque alguns segundos depois senti a mão dele segurando a minha e fazendo um carinho gostoso.

Depois de muito discutirmos para onde ir, resolvemos comer uma pizza, acabando a noite de uma forma mais simples, sem fortes emoções, ou era assim que era para ser.

Vestimo-nos e saímos do carro, fomos em direção a casa onde tinha o letreiro Pizzaria Mamma Mia. Eu sei, brega. Mas acredite ou não eles fazem a melhor pizza do mundo. Sentamos em uma mesa arejada, escolhemos rápido a pizza, logo o silencio imperava no lugar, mas eu já tinha uma noção do que fazer.

- Bem... – Comecei, Erick fez um aceno com a cabeça em sinal de que eu podia continuar. – você disse que sabe coisas sobre mim, mas eu não sei nada sobre você. – olhei-o com a minha melhor expressão pidona.

- Bom... – começou ele e sorriu. – Eu tenho 17 anos, nasci na Califórnia, mas me mudei para Londres ainda bebê, depois me mudei para NY onde vivi até faz pouco tempo, mas agora estou aqui de novo. Pronto. – Ele sorriu mais uma vez, fazendo covinhas nascerem no canto da sua boca.

- E.. o que você sabe sobre mim?

- Sei que você é Alisson Hills, mas para mim é só Ali, sei que você tem 16 anos e está no segundo ano. Sei que é a rainha do colégio, e também sei que é a garota mais linda que eu conheci em toda a minha vida.

Senti minhas bochechas pegarem fogo e preferi mudar de assunto.

- Quantas vezes já namorou Ronalds?

Ele mordeu o lábio parecendo conter o riso.

- Só uma, mas foram quatro anos de namoro. – Uau! Eu nunca tive um namoro que durasse tanto, no máximo três meses, e isso quando eu não me cansasse do cara antes. – E você Hills? – perguntou ele.

- Bem, o que eu tive não pode ser chamado de namoros mesmo, eram no máximo três meses, e na maioria das vezes, eu não sentia nada demais – assim que disse isso dei de ombros, dando uma mordida na pizza que já tinha chegado.

- Posso te perguntar uma coisa, Ali? Pode ser sincera com isso?

- Claro. – respondi. Meu coração batia forte no peito de nervosismo pela pergunta que ele faria.

- Você já se apaixonou, Ali? – Ok! Eu realmente não devia ter deixado ele fazer a pergunta.

- Bem, eu acho – engoli em seco – acho que só uma vez, mas eu era muito criança e ele não gostava de mim. – Balancei a cabeça tentando reprimir as memórias.

Erick me olhou com pena e eu detestava isso.

- Mas tudo bem sabe, já faz muito tempo, e sério, eu não quero falar sobre isso.

- Você sempre pode falar comigo sobre tudo Ali. – Ele colocou sua mão sobre a minha, em sinal de apoio.

Meu coração bateu forte no peito, seu toque causava ondas elétricas por todo o meu corpo. Isso não podia estar acontecendo, eu reconhecia esses sintomas, e isso decididamente não está acontecendo. Eu estou...me apaixonando?

Levantei-me abruptamente da cadeira indo em direção ao carro.

Erick veio correndo atrás de mim chamando meu nome. Desculpe por isso, Erick. Desculpe por tudo.

Quando eu estava prestes a abrir a porta. Ele segurou forte os meus ombros e fez-me virar para ele.

- O que foi, Ali? – perguntou ele me olhando confuso

- Desculpe Erick. Eu não posso mais, eu estou sentindo coisas que não eram para serem sentidas, eu não posso ficar aqui com você.

- O que? O que você está sentindo?

- Eu acho que estou me apaixonando por você. – Disse isso com todo o pesar que pude, mas não pareceu a mesma coisa para o Erick. Ele abriu um sorriso enorme.

- E eu por você.

Erick segurou minha cintura e puxou-me para mais perto dele, colando nossas bocas, sua língua procurava pela minha com urgência, seus lábios macios e duros ao mesmo tempo contra os meus, sua mão fazendo carinho na minha cintura. Tudo isso parecia tão real, tão especial. Eu não queria parar, mas tinha que fazê-lo.

- Eu não posso Erick.

- Porque? – perguntou ele mais uma vez. Com seus olhos azuis lindos suplicantes.

- Eu tenho medo. Medo de não dar certo. Medo de perder você.

Ele sorriu.

- Vamos deixar que o tempo decida isso, tudo bem? – Dizendo isso ele voltou a encaixar sua boca na minha, e dessa vez eu não iria pará-lo, não tinha motivos pra fazer isso. Sentia-me quente e fria ao mesmo tempo. Um dos efeitos de Erick em mim.

Fitei mais uma vez seus olhos azuis gelo, eu queria me afogar neles, deixar que eles me levassem para sempre. Acho que finalmente a rainha do gelo achou o fogo.


Oi meus amores! Aqui estou eu mais uma vez com a ultima parte de Garota Veneno *cry* espero que gostem! E desculpem pela demora, a vida aqui está muito corrida. Vou sentir saudades de escrever essa história. Garota Veneno foi um conto baseado na musica 'Menina Veneno' pra quem queria saber de onde vinha a inspiração. Vou pedir uma coisinha pra vocês, sempre comentem o que estão achando ok? Mesmo que estejam odiando. Gosto sempre de saber o que vocês acham pra poder sempre melhorar.

Beijinhos sabor de Hortelã.

Ray.

sábado, 6 de março de 2010

Garota Problema

(Continuação de Garota Veneno)

Foco. Preciso manter o foco. Não vai ser um misero novato que vai me tirar o sossego, eu não posso deixar que ele faça isso. Tenho toda a experiência que toda garota sonha em ter: namorei inúmeros garotos, e dei o pé em todos eles. O que mais uma garota pode querer?

Tudo bem, eu sei, muitas responderiam “Amor”, mas falando sério, quem em sã consciência pode querer uma sentença de morte dessas? Pedir para se apaixonar por alguém é a mesma coisa que suicídio. E outra coisa, amor é tão meloso – eca – muitas pessoas matam e morrem por amor.

Então agora eu pergunto, para que isso? Para ficar que nem sorvete no sol? Se derretendo pelo outro? Desculpe, mas se amar for isso eu prefiro mil vezes a vida que estou levando. É tão mais divertida.

Olhei mais uma vez para o meu relógio. Já era quase meio dia. E eu tinha um plano feito. E Erick que me desculpe, mas ele seria minha próxima vitima.

- Senhorita Hills. – Escutei chamarem-me longe, levantei minha cabeça instintivamente a procura a pessoa que chamou meu nome. – A senhorita parece dispersa hoje. – Disse meu professor de física, Sr Andrews.

- Desculpe, Sr Andrews, estou com uns problemas pessoais.

- Se for o tipo que eu possa ajudar, Alisson. – Ele deu um meio sorriso, como os que ele dava quando estava xavecando as alunas. Patético.

Devolvi o meio sorriso para o meu velho professor de física e pude sentir o prazer de vê-lo segurar a respiração.

- Desculpe, mais uma vez senhor Andrews, mas não é o tipo de problema que um senhor velho possa me ajudar.

Sua testa ficou vermelha de fúria. E, tudo bem, sei que não devia ter feito isso, mas foi tão...divertido. E de que valeria ser a rainha da escola se você não pode ter alguns benefícios com isso?

O sinal tocou. Salva pelo gongo. Rachel veio para perto de mim.

- Adorei o jeito como você deu o fora no Andrews, Ali. Ele ficou uma fera com você.

- Já disse que odeio apelidos Rachel. – disse eu olhando-a friamente e não dando a mínima para o que ela tinha acabado de falar.

Ela pareceu magoada. Em geral eu gosto de magoar as pessoas, e como eu disse, não é cruel, é só mais uma forma de diversão, mas agora me deu um aperto no peito ao vê-la assim. Mas eu não ia pedir desculpas. Não mesmo.

- Desculpe Alisson, - disse ela, já se recompondo – e então? Já decidiu quem vai ser a próxima vitima? – Perguntou com um sorriso diabólico nos lábios.

- Quem mais poderia ser?

Sorri por dentro, Rachel é o tipo de pessoa que aprende rápido todas as táticas e é isso que eu adoro nela, além dela ser o meu centro de informações sobre tudo e todos, e por falar nisso...

- Ok Rachel, o que descobriu sobre o Ronalds?

- Sabia que mais cedo ou mais tarde você iria me perguntar isso. – murmurou ela e logo em seguida engoliu em seco. – Bem, Alisson, não consegui descobri nada, a única coisa que eu sei é que ele morava em NY.

Como assim não descobriu nada? Isso é impossível, Rachel sempre sabe de tudo.

- Nada? Rachel, como assim? Nem do que ele gosta? Nem do que ele faz? Nem do que ele não gosta? Nada?

Rachel balançou a cabeça negativamente fazendo seus cachos ruivos baterem nas suas bochechas.

Dava para ver pelas bochechas rosadas de Rachel que ela se decepcionou com isso, um garoto como Erick Ronalds só podia ter inúmeros podres em sua vida. E era isso que a matava por dentro, não poder descobrir nada sobre uma pessoa.

E isso que me deixava ainda mais interessada nele, um garoto que era um mistério, um verdadeiro desafio para mim.

Despedi-me de Rachel e fui até os armários e lá estava ele. Em toda sua gloria, ao auge dos dezessete, do mesmo jeito de quando eu o vi pela primeira vez.

- Oi! – falei dando o meu melhor sorriso de flerte.

Ele se virou e quando viu que era eu quem estava falando com ele, abriu um grande sorriso.

- Oi, Alisson. Melhorou seu senso de coordenação desde a ultima vez que nos vimos?

- Bem, se eu não caí agora então acho que sim. – mordisquei o canto da boca, olhando para ele.

Ele riu.

- Sabe Hills, escutei umas coisas interessantes sobre você. – disse ele, e nesse momento meu coração simplesmente parou de bater. O que ele pode ter ouvido?

Não deixei transparecer nada da minha insegurança, ao invés disso mostrei-lhe o sorriso mais sedutor que podia e encostei-me no armário ao lado do dele.

- É mesmo? Mas eu estou em desvantagem, não sei nada sobre você.

Ele abriu ainda mais o sorriso, se é que isso era possível.

- Você sabe tudo o que precisa saber, – disse ele olhando-me nos olhos, mas tive que desviar o olhar, se eu ficasse muito tempo olhando nesses olhos azuis tinha perigo de afundar dentro deles. – mas se você quiser saber mais que tal um encontro?

- Perfeito, mas eu que te levo, não gosto de ficar dependente de caras.

- Sei muito bem disso, – Disse ele – mas agora eu tenho que ir Alisson, as 7, marcado?

- Totalmente.

Ele se afastou de mim.

O dia foi passando devagar, até eu decidir o que faria com Erick a noite, e surgiu uma ideia genial.

Arrumei-me toda. Eu estava uma mescla de sedutora e anjo, o que era perfeito. Uma dica: nunca se vista como uma completa vadia ou como uma anja total. O meio termo é sempre perfeito.

Peguei as chaves do carro e fui em direção a casa do Erick. Quando cheguei buzinei uma vez e ele saiu de casa. Estava lindo, parecia um anjo.

Concentração Alisson, você está aqui para conseguir a próxima vitima, não pode ficar de namorico mesmo.

Erick entrou no carro.

- E então, para onde vamos? – Perguntou ele.

- Isso é segredo – Disse eu sorrindo para ele.

Pisei no acelerador, as casas passavam rápido por nós, o vento batendo em nosso rosto, uma sensação de liberdade.

Parei em frente à casa dos Berry, um casal amigo dos meus pais. Eu sabia que eles não estavam em casa porque eles estavam no teatro com os meus pais, e também sabia que eles tinham uma piscina enorme em casa graças aos churrascos entre famílias.

- Porque paramos? Onde estamos? – Perguntou Erick para mim com cara de assustado.

Eu dei uma risada.

- Fique despreocupado, é uma pequena mudança de planos. – disse, logo em seguida dou uma piscadela.

Ele abre um enorme sorriso.

- Então vamos lá.

Escalamos o muro da casa sem dificuldade alguma.

- Então, o que faremos?

- Que tal um banho de piscina?

- Mas eu não trouxe roupa de banho.

Olhei para ele e sorri.

- Nem eu.

Comecei a tirar a camisa deixando o meu sutiã vermelho aparecendo, e quando terminei pude ver a cara de bobo dele. Maravilha.

Logo em seguida tirei a calça e pulei na piscina, mas Erick ficou lá parado, só me olhando.

- Não vai entrar? A água está ótima.

- Isso não é perigoso?

- Sim.

- Então..

- Não dizem que o perigoso é sempre mais divertido? – Disse sorrindo maliciosamente para ele.

Ele sorriu e começou a tirar a camisa, pude ter um vislumbre de seus músculos e quase tenho um infarto. Então ele pula na água, de calça e tudo.

Quando ele voltou a superfície joguei água nele, ele fez uma cara de mal e veio atrás de mim nadando, demorou um pouco até ele conseguir me segurar.

Nossos rostos ficaram a centímetros um do outro. Nossos olhares colados. Mesmo os seus olhos de um azul profundo, que antes eu quase não conseguia olhá-los, mas agora era diferente, agora eu queria me afundar naquele olhar. Éramos só eu e ele naquele lugar. Sem vitimas. Sem planos, sem nada.

- Você é tão linda. – Disse ele passando a mão pala minha cintura.

Senti meu rosto pegar fogo. Seu rosto se aproximava do meu lentamente, passei meus braços pelo seu pescoço e nossas bocas se selaram.

Uma parte de mim falava “Pare com isso agora Alisson, lembre-se do plano” e a outra, uma parte bem maior que a primeira gritava “CALA A BOCA!”

Dentro da casa uma luz se acende.



Peeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeople! Aqui está, conforme o prometido a continuação de Garota Veneno, e como puderam ver, acaba na metade, isso quer dizer que sim! Irá ter a continuação que será o Grand Finally ou seja la como se escreve enfim, depois voltarei as minhas postagens normais, e sim, também continuarei o conto da Natasha e do Fê como a Jessy pediu, o que vocês não me pedem sorrindo que eu não faço chorando hein? Me digam o que estão achando, ok? Enfim era só isso mesmo. Beijinhos gosto de hortelã.

Ray