quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Ps: Eu te amo.

Brincadeira de mau gosto. É só isso que explica o envelope destinado a Jane Simms, no caso a mim, de destinatário Stephen Simms. Mas isso é simplesmente impossível, Steph morreu faz um mês. Como alguém tem pode ser tão cruel e idiota para fazer isso comigo? Ninguém sabe que isso dói? Ninguém sabe que isso abre ainda mais a ferida que nem chegou perto de ser cicatrizada? Isso é mal, cruel, me mata por dentro e por fora.

Abri o envelope lilás (minha cor favorita) furiosamente, pensei em rasgar aquela carta sem ao menos lê-la primeiro, mas a curiosidade me atacou como um furacão. O que poderia ter escrito ali? E se tivesse mesmo sido o meu Steph que mandou? Se tivesse sido ele mesmo ali não poderia ter nada ruim, Stephen era uma das pessoas mais gentis e impressionantes que eu já conheci em toda a minha vida. Nunca seria capaz de machucar ninguém. Muito menos me machucar.

Comecei a ler:

Meu amor,

Eu ainda tinha esperanças de nunca ter que te mostrar essa carta, tinha esperanças que você nunca precisasse lê-la. Tinha esperanças de poder falar, tudo o que aqui está escrito, pessoalmente.

Dizia o primeiro parágrafo com a letra de Steph, não tinha como confundi-la, era uma letra garrafal levemente inclinada para a direita. Não restava duvidas agora. Foi ele que escreveu. Um nó se formou em minha garganta, lagrimas estavam prestes a desabar pelo meu rosto. Tratei de engolir a emoção e continuar a ler.

Sei que deve estar aborrecida comigo por não ter te contado da minha doença. Mas, por favor, me perdoe, eu não queria te preocupar, não queria te ver triste. A ultima coisa que eu queria ver enquanto vivesse era esse seu sorriso que me ilumina desde que eu comecei a viver, desde que eu te conheci, meu anjo. Eu sabia que se te contasse você não sorriria mais, ficaria preocupada pelos cantos e eu não quero isso, meu amor.

Eu ainda lembro do modo como a gente se conheceu, você se lembra Jan? Eu nunca pensei que fosse encontrar a mulher mais impressionante do mundo indo para o trabalho, no metrô. Você me conquistou a primeira vista. Eu te olhei e pensei “Essa é a mulher da minha vida” e só o tempo mostrou como eu não poderia estar mais certo, não é?

Você foi a garota mais difícil, não queria nada comigo, saiu do metrô, e eu sai atrás de você, fiquei insistindo até você aceitar um encontro comigo. Água mole em pedra dura tanto bate até que fura. Não é esse o ditado? Foi exatamente assim. Eu Lembro como você sorriu de lado com esses seus olhos verdes brilhando para mim e disse à palavra que eu queria ouvir: “Sim”.

Meu amor, eu me odeio por não estar contigo agora, eu me odeio por tudo o que te fiz passar. Mas você não sabe o quanto te amei em vida, e nem a morte poderá mudar isso. Eu sempre estarei ao seu lado, mesmo que você não possa ver, esteja onde estiver eu estarei vendo você. Sempre.

Você sabe que eu sempre fui um egoísta e como é isso o que eu sou queria que você pudesse vir comigo, mas por mais que eu seja egoísta meu amor por você é ainda maior, então eu vou para onde devo ir, seja o inferno ou o paraíso, se é que tudo isso existe. Bem, agora eu acho que vou descobrir.

Eu estou com medo como eu nunca estive antes Jan. Eu não sei para onde vou. Meu único conforto é que você continuará bem, continuará vivendo, respirando. Mas, meu amor, para onde quer que eu vá não será tão bom quanto quando eu estou com você. Esse é o meu verdadeiro paraíso.

Jan, você não sabe quais efeitos que causa em mim, como quando você sorri de lado como se estivesse se desculpando, aquele sorriso faz meu cérebro congelar os pensamentos e só pensar em como você é a mulher mais perfeita do mundo em como eu sou o cara mais sortudo do mundo ao te ter do meu lado, ou então quando você fica com vergonha, começa a corar, passa as mãos pelos cabelos e dá um pequeno sorriso, nesse momento você parece tão frágil que tudo o que eu quero é te aconchegar em meus braços e nunca mais largar a minha linda boneca de porcelana. "Eu te amo" não chega a descrever o que sinto por você. O que sinto é muito mais que simples palavras. Explode no meu coração, toma conta do meu corpo, da minha alma, de todo o meu ser. Eu fui feito para existir para você, meu amor, somente para você e ninguém mais.

Eu não quero que chore, não quero que se acabe no nosso apartamento, ia me deixar triste se fizesse isso. Eu sei que um dia nós iremos nos encontrar novamente. E tenha certeza que eu estarei esperando por você, minha alma gêmea.

Você fez de mim uma pessoa melhor, você fez de mim um ser que eu não pensei que existisse, meu anjo, você me salvou! Agora deixe eu te salvar, faça o que eu te disse, não morra aos poucos. Viva! Faça isso por mim.

Ps: Eu te amo.

Do cara que sempre estará te protegendo.

Stephen Simms.

Não pude impedir as lagrimas de caírem agora. Stephen. Meu Steph. Meu anjo. Eu farei o que me pediu, eu sempre faço, não é mesmo?

- Eu te amo e te amarei para sempre, meu amor – Sussurrei apertando a carta contra meu peito.


Oi meus lindos!

Como vocês viram, esse texto é baseado no filme Ps 'I love you'. Filme lindo que merece ser visto ok? Geeeente, eu vou dedicar esse texto a uma leitora do blog que me ajudou muito via formspring! Vou explicar: tinha uma garota no meu blog falando coisas horrendas de mim, falou até que eu pago vocês pra lerem o meu blog! :O E todos vocês sabem que não é verdade já que eu sou mais lisa que sabonete. E essa anjinha, veio no meu formspring pra me defender, mesmo não tendo nada haver com a história! Obrigada por isso, flor!

Beijos com amor,

Ray.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Love and Hate

O amor é assim, te da o oxigênio para poder viver, mas também pode ser o veneno que lhe tira a vida. Eu acreditava ser um sortudo, um escolhido para viver o amor e contemplá-lo em toda sua gloria, mas, agora, vejo que estive me enganando esse tempo todo. Elizabeth me dera vida, mas também me tirara a mesma.

- Ora, ora, Kurt. Você devia ter percebido desde o começo. – Disse ela com um sorriso de deboche em seus lábios pintados de vermelho. – Agora vamos, deixe-me ir. Estamos em uma festa, vamos comemorar! – Ela levantou seus braços e já estava passando por mim, parecendo uma delicada e pequena bailarina.

Ah, não. Eu não iria deixá-la ir, não sem minha explicação.

Segurei seu braço com força, não me importando se iria machucá-la. Na verdade eu queria isso, queria que ela sofresse, queria ver o medo e o nervosismo em seu olhar. O amor se transformou em ódio.

Ela olhou para minha mão segurando seu braço e deu uma risada de escárnio.

- Ah, vamos Kurt! Ambos sabemos que você não é capaz de machucar nem uma mosca, imagina então machucar a mulher que você ama.

Apertei mais seu braço.

- Amava – Sussurrei eu. – Esse é o tempo para o que eu sentia por você. O Pretérito Imperfeito.

- Ok, Kurt, você já deixou seu recado, agora me solta! Você está me machucando mesmo! – Gritou ela contra mim. Ninguém iria escutá-la, a musica lá embaixo tocava o mais alto possível.

- Não, Elizabeth, o tempo em que eu fazia tudo o que você queria já passou. Eu agora não preciso de você. Não mais.

- Então o que você quer de mim, seu idiota? – Ela cuspiu as palavras para mim. – O que, diabos você quer de mim? Diga logo para que eu possa voltar para a festa onde é o meu lugar!

- Só quero saber o por quê. – Sussurrei.

- Porque você era necessário, agora não é mais. – Ela me encarou em toda sua arrogância. – E porque eu gostei de me divertir com você.

Minha mão se mexeu sozinha, indo em direção ao seu rosto de porcelana, com toda fúria que eu sentia dentro de mim.

Assim que minha mão atingiu seu rosto desejei não fazê-lo. Ela estava transformando o mocinho em bandido, ela estava se transformando em vitima. Elizabeth cambaleou para trás com o impacto de minha força contra seu delicado corpo. Assim que ela notou o que eu fiz, veio para cima de mim como um leopardo selvagem, pronto para matar e abocanhar a presa.

- Seu idiota, seu idiota – Repetia ela entre um tapa e outro. – Você quer saber a verdade? Então eu vou te dar a verdade. A verdade é que eu nunca te amei. Como amar um pequeno idiota como você, um garoto mimado que tem o que quer sempre na hora. E não um homem de verdade, um homem que realmente luta pelo que quer? Você é verdadeiramente o mais panaca que já conheci. Já enganei outros, mas você foi o mais fácil deles. Caiu de quatro por mim desde o primeiro momento. Como pode ser tão ridículo, garoto? Como pode ser tão burro a ponto de pensar que uma mulher pode gostar de você pelo que você é e não pelo que você tem. Você é o cara mais ridículo que já conheci!

Aquelas palavras foram para mim como um soco no estomago.

Não pude suportar. Apertei minhas mãos em torno de seu pescoço perfeitamente pálido. Não queria realmente enforcá-la. Minha mente gritava para eu parar, mas meus membros não me obedeciam.

Ela conseguiu agarrar um copo d’água e jogou-o em mim. Por esse instante de lucidez soltei minhas mãos de seu pescoço, deixando-a livre para fugir de mim. Do monstro que eu me tornei.

Ela já estava na porta quando Henry apareceu, bloqueando sua saída.

- Ah, graças a Deus você está aqui, Henry! – Disse Elizabeth, vestindo sua mascara de boa moça mais uma vez. – Ele... o Kurt enlouqueceu! Ele estava tentando me matar!

Henry virou para mim com cara de entediado.

- Cara, essa vadia ainda está aqui? Pensei que você já tinha se livrado dela.

- É difícil quando ela não para de falar. – Respondi.

- Vocês não podem estar juntos nessa. – Chorou Elizabeth.

Henry olhou para ela, entediado.

- Nada pessoal, gracinha. Mas você enganou o meu irmãozinho. E ninguém engana um Howard. Ninguém.

- Vocês são uns estúpidos. – Disse ela jogando todo o seu peso contra Henry. – Deixem-me passar. Senão...
- Senão o que? – Henry quis saber. – Vai fazer o que, gracinha?

- Senão eu grito.

- Ah, por favor, sabemos que você não é burra, e você sabe que ninguém vai te escutar com essa musica lá embaixo. - Disse Henry.

Ele tinha razão, ninguém escutaria.

Ela correu em direção a janela e tentou abri-la, mas nada aconteceu.

Henry virou para mim.

- Bem, eu meio que sabia que você não ia conseguir sozinho. Então te trouxe isso. – Ele tirou de seu sobretudo uma grande estaca de madeira. – Peguei a primeira coisa pontiaguda que vi na minha frente, então não me culpe por ser um pouco épico. – Ele riu da própria piada e jogou a estaca para mim.

Segurei-a no ar e fui em direção a Elizabeth.

- Por favor! – Implorou ela. – Por favor, Kurt, não faça isso comigo!

Hesitei, mas Henry não.

- Nada de por favor agora, gata. Você mesma pediu por isso.

Virei para olhar para Henry, ele viu a confusão em meus olhos. Tirou a estaca de minhas mãos e sussurrou:

- Devia saber que você não é homem o bastante para isso.

Ele estava pronto para enfiar a estaca nela. Mas eu não podia deixar que isso acontecesse. Eu queria que o ultimo rosto que Elizabeth visse fosse o meu.

Segurei a mão de Henry enquanto ele se preparava para enfiar a estaca em Elizabeth sem dó nem piedade.

- Deixe que eu faço. Eu vou conseguir.

Ele me entregou a estaca e trocamos de lugar, agora eu estava em frente dela e ele estava ao meu lado, dando-me apoio.

- Então faça! – Gritou ela. - Vamos logo, já que você está com tanta vontade. Sei que não vai conseguir. Você não passa de um menino tentando ser homem.

Fúria inflou meus sentidos, então sem pensar eu fiz. Enfiei a estaca em qualquer parte de seu corpo o máximo que pude.

Pude ouvir o baque de seu corpo sem vida caindo no chão.

- Pronto, mano. Agora você provou que é mesmo um homem. – Parabenizou-me Henry, dando-me um tapinha no ombro. – agora pode deixar que eu me livro dela pra você.

Henry saiu carregando Elizabeth nos braços.

Sentei-me na poltrona mais próxima, cansado de repente.

O amor fez de mim um idiota, mas também me transformou em um monstro.

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Hell-o friends.

Só avisando que esse conto foi baseado na imagem, e achei muito clichê se ela sobrevivesse. E não, eu não vou escrever tragédias sempre. Eu ainda tenho muitos romances escritos. Não me abandonem, amo vocês.

Besos,

Ray.

(1º lugar da 46ª edição visual - Projeto Bloínquês)