domingo, 20 de novembro de 2011

Segredos de uma bailarina

Plié, arebesque, sissone...

Palavras dificeis, mas eram nelas que eu tinha que me concentrar nesse momento, era no balé que eu tinha que me concentrar agora e não em Evan. Ou em seus olhos verde-amarelados lindos, ou em seu seu sorriso que sempre me encantou desde que nos conhecemos e isso é... desde sempre.

- Concentração Mary Anne. - Gritou no minha treinadora, Srta Chewsty.

Segundo ela, o meu talento para o balé é nato, desde pequena eu era a "menina prodigio" do balé, o orgulho da pequena cidade de Midletown, aquela que um dia seria "la première ballerina" de alguma grande companhia de balé. Essa cidade decidiu o que eu seria antes mesmo de mim.

Dançar costumava a ser uma benção pra mim, um lugar seguro para onde fugir quando o mundo estivesse desabando sobre mim. E acredite, isso acontece muito. Hoje é mais uma obrigação, uma pressão incrivel sobre minhas costas.

Cada criatura dessa cidade se ocupou de uma parte do meu treinamento, se eu quiser comprar doces eu não posso, porque isso vai ter consequencias no meu treinamento. Todos negam tudo a mim em favor do meu treinamento.

Eu amo dançar, amo o modo como o meu corpo se move suavemente sem eu ao menos ter que pensar direito, só preciso escutar a musica e meu corpo faz o resto. Mas eu não quero ser bailarina... ou quero, eu não sei. Ninguém nunca me deixou decidir.

E esse é o meu primeiro segredo.

A unica pessoa que o conhece é o meu sempre doce e adoravel, mas infelizmente, melhor amigo. Evan Simons.

Acho que esse garoto de 17 anos me conhece mais que eu mesma. Ele sempre esteve lá quando o mundo desabou, ele sempre foi o meu ombro amigo, sempre foi nele que eu me apoiei para me levantar. Vai ver por isso eu me apaixonei por ele: pelo fato de ser uma pessoa confiavel e incrivelmente compreensivel.

E esse é o meu segundo segredo: eu sou, sempre fui e provavelmente sempre serei perdidamente apaixonada pelo meu melhor amigo de infância.

Como se houvesse algum tipo de ligação magica entre Evan e meus pensamentos, ele aparece e se senta na ultima cadeira do auditório.

Imediatamente paro de me concentrar em minha dança e me concentro nele.

Ele estava lindo, para variar, como se fosse possivel Evan estar feio alguma vez. Ele estava com sua jaqueta de couro preta e seus cabelos loiros molhadas por causa da chuva lá fora.

Olhei para o relogio que ficava ao lado do palco e para a Srta Chewsty.

- Já não está na hora de ir?

- O que? - Ela estava tão absorta em seus papeis que nem ouviu.

- O horario do treinamento acabou. - Dessa vez foi um pouco mais alto.

Ela olhou para o relogio e afirmou com a cabeça, essa era a minha deixa para sair.

Aproximei-me de Evan e ele estava com uma caixinha no colo, apontei para a caixinha, sem dizer nada. Ele sorriu e disse:

- Trouxe um cupcake pra você.

- Louvado seja você, Evan. - Agradeci. Se não fosse por Evan eu nunca teria experimentado nada que não fosse saudavel.

- Mas espere. Eu tenho que te apresentar uma pessoa primeiro.

Ele me puxou pelo braço até fora do teatro.

Lá estava uma garota loira observando a chuva. Ela parecia ser muito bonita.

Evan foi para perto dela, a tocou suavemente, sussurrou algo em seu ouvido, e ela se virou toda sorridente pra mim.

- Anne, essa é a minha namorada, Sam. Sam, essa é a minha melhor amiga, Mary Anne, mas eu só a chamo de Anne.

Choque, tristeza, raiva, todos esses sentimentos passaram por mim, mas não pelo meu rosto, ele continuava suave. Abri um sorriso nada menos que verdadeiro e a comprimentei.

Eu podia estar despedaçada por dentro, mas meu rosto não transmitia nada dos meus sentimentos.

Bailarinas fingem, elas sorriem quando não tem vontade. Eu sou uma bailarina, sei fingir.

E esse, é o eu terceiro segredo.
"Sometimes it lasts in love
But sometimes it hurts instead"
Someone like you - Adele.

Hello Everybody.
Férias galera. Finalmente.
Eu estava com tanta saudade de vocês que eu nem consigo acreditar que eu voltei. Enfim, eu tinha a ideia desse conto fa
z um tempo, mas só hoje tive coragem de escrevê-lo, não sei se ficou bom, o que vocês acham? Eu gostei (um pouco)
Muito obrigada por não desistirem de mim.
Beijos dançantes,
Ray.



quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Resposta ao comentario do(a) anonimo(a)

Own, anonimo(a) que coisa linda. Eu não abandonei vocês, é que ando muito ocupada, o ensino médio acabando e já sabem, não é? Tenho textos guardados no meu note, mas ele quebrou, eu já mandei pra conserto. Ando fazendo cursos e mais cursos outra causa da falta de tempo. Podem acreditar, ninguém sente mais falta do GAS do que eu. Sei que muitas pessoas não vão ler isso e muitas nem vão ligar, mas preciso dar uma resposta. Eu não abandonei vocês e nem vou abandonar. O GAS é o meu mundo. Um dos unicos lugares onde eu posso ser eu mesma. E fico muito feliz de ver que algumas gostam realmente daqui. <3
PS: dia 19 eu fico de férias, então irão ter novas postagens por aqui, EU JURO!

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Scarlet

Ela andava a passos largos em direção oposta a todos os outros, tentando, desesperadamente, afastar-se de todos os olhares que insistiam em persegui-la. Mas não adiantava, não importava o quanto ela fugisse, os olhares sempre se voltavam para ela, sempre as cabeças viravam-se para vê-la.

Ela não sabia, simplesmente não entendia porque era o centro das atenções aonde quer que fosse. Ela só queria ficar sozinha só por um simples instante.

Porém eram simples os motivos que faziam com que todos se encantassem por ela em um simples olhar. Os traços de seu belo rosto eram fortes como os de uma escultura, pareciam que foram esculpidos pelo mais talentoso dos artistas; sua pele morena era macia, suave como seda; seu corpo era cheio de curvas convidativas e luxuriantes, isso fazia com que todos os homens a sua volta – sejam eles jovens ou velhos – não conseguissem conter o desejo que lhes saltava os olhos e, por fim, seus olhos, seus belos olhos castanhos tão profundos e misteriosos como uma noite escura, olhos que por tantas vezes me peguei me afundando e não querendo, nem por um instante, ser salvo daquela calorosa e convidativa noite.

Mas Scarlet não fazia ideia de seus efeitos nos outros, não chegou nem mesmo a desconfiar. Ela sempre se achou uma garota normal, sem graça até.

Ela podia ter quem quisesse a hora que quisesse, era só estalar os dedos e eles estariam ali, prontos para agradá-la em tudo o que ela desejasse; babando por ela, pela sua beleza. Mas Scarlet não queria ninguém. Correção: Ela não queria ninguém que ficasse com ela apenas pelo que vê, ela queria alguém que gostasse realmente dela, que risse de suas besteiras sem sentido, que conversasse olhando para seus olhos e não deslizando os olhos pelo seu corpo. Alguém que realmente notasse que por trás dessa mulher madura e segura de si há uma menina imatura e insegura que só precisa de uma pessoa que a ame de verdade, independente das aparências.

Suspiro, sabendo que esse alguém poderia ser eu.

Se ela ao menos soubesse que eu existo.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

11 coisas

Rabisquei o papel pela milésima vez, minha mente não saía nem por um minuto daquela maldita lista de imperfeições que se encontrava na minha mão.

Sim, admito, eu estava obcecada naquilo. Mas eu precisava de algo para me prender, para não me deixar correr pelos corredores do colégio empurrando um e outro e não pular nos braços de Brad.

Nem sei ao certo o que aconteceu. Eu me apaixonei por ele, mas parece que o mesmo não aconteceu com ele em relação a mim. Ele só entrou nesse conto de farsas por uma aposta. Ele só me humilhou por uma aposta! Cruel, canalha e pensar nele não me ajuda em nada. O problema é que minha mente se recusa a acabar os meus pensamentos com relação a ele.

Eu ainda amo aquele maldito.

Por isso eu me agarrava àquela maldita lista que estava na minha mão nesse exato momento. Sua lista de defeitos. Mesmo sendo o idiota que eu sei que ele é, achar pequenos 10 defeitos foi incrivelmente difícil.

Não aguentava mais olhar Brad todos os dias, não aguentava mais escutar sua voz recitando mentiras para mim. Quando lembro o nosso namoro meu coração aperta como se uma faca fosse enfiada nele sem dó nem piedade. Faz-me ofegar de tanta dor.

Lembrei-me de como éramos perfeitos juntos. De como nossas mentes se completavam, de como eu me sentia livre com ele, como se a qualquer momento fosse começar a voar. E, por último, lembrei do fim.

- Eu não posso acreditar que você fez isso comigo, Brad! – Eu gritava, recusando-me a deixar as lágrimas caírem e ser tomada por um choro incontrolável. – Você brincou comigo por causa de uma aposta, de uma maldita aposta.

- Começou assim, Sam, mas se tornou outra coisa. Você precisa acreditar em mim! Eu amo você!

- Como eu posso acreditar em você agora? Você brincou comigo como se eu não passasse de lixo.

- Eu sinto muito, Sam.

Escutar meu apelido vindo com tanto carinho da sua boca mentirosa me fazia estremecer, um dos únicos efeitos dele sobre mim que restaram. Quando eu ainda acreditava nele, acreditava naquela voz, eu não conseguia conter o arrepio em toda minha pele e o estremecimento que percorria minhas costas ao vê-lo pronunciar meu nome daquela forma tão carinhosa, como se quisesse me envolver com seus braços e sussurrar que tudo ia passar.

Era um bom mentiroso, tenho que admitir. Alguém poderia, por favor, dar o Oscar de melhor ator para ele? O garoto merece.

- Chega, Brad! – Cuspi as palavras para ele. – Você mentiu para mim, me fez de boba, eu não quero escutar nem mais uma palavra.

Nesse momento eu já tinha me virado para ir embora quando ele segurou meu braço impedindo que eu fosse.

- Me larga! – Eu Gritei – Eu tenho nojo de você, Brad. Eu quero você longe de mim.

Isso pareceu atingi-lo como um soco no estômago, mas logo ele se recompôs sem soltar meu braço.

- Talvez, fazer você escutar não seja a melhor opção para mostrar que eu estou realmente arrependido. – Sussurrou ele contra mim.

Depois disso, tudo foi rápido demais para descrever em detalhes. Um de seus braços foi para trás do meu pescoço, com sua mão acariciando meus cabelos, o outro braço me envolvia pela cintura, apertando-me contra seu corpo. A proximidade fazia com que todos os meus pelos se eriçarem.

Seus lábios se encaixaram nos meus de forma como se fosse impossível fugir deles. Ele nunca tinha me beijado daquele jeito, com tanto ardor, tanta emoção, ele me mostrava o quando estava arrependido com seus lábios.

Já não adiantava. Era tarde demais.

Debati-me em seus braços o que era inútil. Brad era forte demais para mim.

Depois de algum tempo tentando me afastar dele, mas sem sucesso desisti de fazê-lo, ao invés disso eu sentia seus lábios se movendo contra os meus. Para ser sincera eu queria sentir aquilo desde o começo. Um último beijo.

Quando ele parou parecia tão satisfeito consigo mesmo que nem mesmo viu minha mão indo em direção ao seu rosto com todas as forças que me restavam.

- Eu disse para você me deixar em paz. – Virei-me e fui embora.

Aquela tinha sido uma noite difícil.

Estava tão inclusa em meus pensamentos que nem notei quem estava a minha frente com um buquê e rosas brancas em uma das mãos e um microfone na outra. Brad.

- Samantha Ann Holdiggins. – dizia ele com sua voz carinhosa fazendo-me estremecer, sua voz reverberava por todo o sistema de som do colégio. – Eu sei que eu errei. Fiz aquela maldita aposta, mas a verdade é que eu não precisava de aposta nenhuma para continuar com você. Eu daria todo o dinheiro do mundo para ficar com você. Daria todo o dinheiro do mundo para que você me aceitasse de volta. Por favor, eu imploro, me aceite de volta.

Ruídos de aprovação surgiram da multidão curiosa a nossa volta.

- Vá embora, Brad. Você não tem nada o que fazer perto de mim.

Comecei a andar tentando me afastar dele, mas escutei coisas caindo no chão e passos vindos em minha direção depois de poucos segundos ele já estava a minha frente.

- Eu não vou embora e não vou desistir de você. Nunca. E sabe por que isso? Porque eu te amo, confia em mim.

Afastei-me alguns passos dele, pegando a lista e a caneta escrevi seu décimo primeiro defeito.

Defeito nº11 – Ele não desiste. Nunca.


Brad veio até mim, me envolveu em seus braços fazendo-me esquecer do mundo.

Joguei a folha de papel no chão. Não precisava mais dela.

domingo, 17 de abril de 2011

Dirty Little Secret

Cassidy olhava para mim com seus olhos azuis penetrantes como se eu tivesse cometido um crime. E eu tinha, só que ela ainda não sabia disso. Por enquanto o interrogatório se restringia aos dois vestidos que ela segurava e qual ficava melhor nela.

- Amber, se você não se decidir eu não posso me decidir.

Parei de digitar em meu blackberry e olhei confusa para ela. Eu tinha escolhido o meu vestido há duas horas. Um lindo vestido preto básico com um decote nas costas.

Cassidy revirou os olhos para mim.

- Não estou falando sobre você se decidir pelo seu vestido. Estou falando sobre você se decidir sobre o meu. Qual dos dois você prefere?

Um dos vestidos era verde musgo com um decote em ‘V’ que ia até o umbigo e o outro era um tomara-que-caia rosa minúsculo que, caso ela se abaixasse daria para ver até seu útero. Os dois faziam o estilo “Sou puta, mas sou rica então vocês vão ter que me engolir.”

-Já disse que os dois ficam bem em você. Agora escolha logo isso para podermos dar o fora daqui.


- Acho que vou experimentar de novo – E sem falar mais nada ela entrou no provador outra vez.

Não acredito. Ela vai experimentar de novo
. Digitei para Tyler.

Afinal, quantos vestidos ela experimentou hoje? – Perguntou

Vários Respondi com um suspiro.

Larga ela aí e vem me ver Propôs ele.

Tentador, mas você sabe que eu não posso.

Ok, 20h na minha casa então?

Perfeito

Mal posso esperar.

- Amber, vem aqui, preciso de você.

Desliguei o blackberry fui até o provador. Quando entrei encontrei uma Cassidy estupefata por não ter conseguido entrar no vestido.

- Me ajuda! Eu tenho que fechar esse zíper.

Ajudei.

- Pronto! Finalmente entrou, e então, o que acha?

- Não está muito pequeno? Talvez você devesse pegar um tamanho maior.

- Nada disso, um tamanho maior ficaria grande demais, e eu preciso realçar minhas curvas.

- Mas você está respirando aí dentro?

- Eu não preciso respirar, preciso estar divina.

- Se você diz...

- Sabe, A, eu estive pensando. Quem você vai levar ao baile mesmo?


- Craig Housts – Respondi automaticamente.

- Hmmm, gostoso. – Ela deu seu veredicto

– Que tal um encontro duplo?

- Não, obrigada, o Craig é só o par para o baile.

- Ah, é mesmo, o namorado misterioso, algum dia vou saber quem é esse cara?

- Quem sabe...

- Sem essa, não vai me deixar morrendo de curiosidade, vai?

- Você sabe que eu amo fazer isso.


Cassidy voltou a se olhar no espelho e soltou um beijinho para mim.


- Te odeio, vaca.

- Também te odeio, vadia.

Cassidy falou aquilo brincando, mas da já eu. Bom, tinha uma pontinha de verdade no que eu disse.


A maior parte de mim ama a C. Afinal, crescemos juntas, somos melhores amigas desde o jardim de infância, nós somos um legado, nossas mães são melhores amigas, e, provavelmente, nossas filhas também serão.

Mas a outra parte de mim, a menor, grita, faz escândalo mandando eu fazer a pequena C provar de seu veneno de cobra e mostrar a ela que não pode pisar em todos, principalmente em mim.

- Acho que já decidi – A voz estridente de Cassidy ecoou dentro de minha mente, me fazendo acordar de meus ensamentos.

- Ótimo, agora pague essa droga e vamos embora.Eu poderia acaba com a popularidade dela se eu contasse o meu segredo, mas então acabaria com a minha reputação também.

Alguém entrou na loja, alguém cuja voz eu reconheceria mesmo a mil milhas de distancia, alguém cujo os olhos me hipnotizam. Foi Tyler Brown que entrou na loja.

- Tudo bem, meu amor? – Ele puxou Cassidy pela cintura levando-lhe para mais perto, depositando um selinho em seus lábios.

- Como você soube que eu estava aqui?

- A pequena A me avisou.


Cassidy olhou para mim e eu dei de ombros.


- É claro que eu avisei, eu não ia deixar você fazer a gente andar de metrô de novo. Já deu a experiência.


- Own, você é um anjo, sweetheart.

– Ela se aproximou para me dar um abraço. – Eu te amo Little A.


- Eu também. – Sussurrou Tyler.


Ri silenciosamente da situação.

De dia ele estava aqui, com ela. Mas ela não podia imaginar quem estaria com ele de noite, no seu quarto...eu.

- Estão prontos para ir?

Afirmamos com a cabeça, Tyler não tirava os olhos de mim transmitindo o nosso pequeno segredo sujo.

A verdade é que melhores amigas podem dividir tudo. Desde roupas, sapatos, jóias. Até mesmo o namorado.


I'll keep you my dirty little secret

Don't tell anyone or you'll be just another regret

(Dirty Little Secret - The All American Rejects)

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Anjos.

Beleza inumana,

Foi aquela que em meus sonhos vi,

Seu corpo era de um deus,

E em seus olhos frios

Um brilho conseguiu reluzir.


Confuso entre dois pólos,

Não sabe qual escolher

Se o bem lhe ajuda a respirar,

O mal o faz viver.


Se pudera te chamar de algo

De anjo te chamarei,

Anjo de um Pesadelo bom

Que sem querer acordei.

A folha de papel escrita na minha frente parecia miragem. A letra que ali estava era minha, mas eu não me lembrava de escrevê-las. Eu não sei sequer fazer poesia, muito menos algo tão belo e tão perturbador como aquela a minha frente.

Olhei para os lados, procurando por alguma pista do que estava acontecendo ali. Nada. A sala estava completamente absorta na aula de história. O Sr McGarden, meu genial professor de história explicava o porquê bíblico do Grande Dilúvio. Algo haver com anjos e com seus filhos, eu não conseguia me concentrar direito graças àquele poema em meu caderno.

Atordoada com o surgimento daquela poesia, fechei o caderno e no mesmo momento o sinal da aula tocou.

- O McGarden como sempre arrebentando nas aulas, não acha, Carrie? – Perguntou Darren, meu melhor amigo.

- Para falar a verdade, eu não sei, não prestei muita atenção. Acho que viajei.

- Que estranho, Carrie Nerd viajando na aula? Nunca pensei que fosse presenciar isso.

- Olha só isso. – Peguei o caderno e abri na pagina do poema. – Aparentemente, foi nisso que eu trabalhei durante a aula de história.

Ele leu rapidamente o poema depois me devolveu o caderno o caderno.

- Wow, Carrie, eu não sabia que você sabe fazer poesia.

- Essa é a questão, Darren, eu não sei, sempre fui uma negação quando se trata de escrever. Eu simplesmente apaguei e quando voltei a mim isso estava escrito no meu caderno.

- Nossa, isso sim é estranho. – Ele balançou a cabeça não acreditando na minha história. Mas logo mudou de assunto: - Feliz aniversario! – Ele puxou uma caixinha vermelha de sua mochila e logo após me passou a mesma. - E não adianta dizer “não precisava” não é todo dia que a gente faz 18 anos.

- Obrigada. – Sussurrei timidamente.

Abri a pequena caixa, um colar com um pingente de um par de asas prateadas me esperava. p

- Que lindo, D. É exatamente a minha cara!

Virei de costas para ele poder colocar o colar em mim. Assim que o delicado ar de asas tocou a minha pele eu lembrei o que vinha me incomodando o dia todo.

O homem que vem aparecendo em meus sonhos ultimamente. Um homem incrivelmente lindo, devia ter por volta de seus 20 anos.

No sonho eu sempre estava me afogando e ele observava enquanto isso acontecia. Seu rosto estava dividido entre a frieza e a compaixão. Parecia que ele queria me salvar, mas não sabia se fazer isso seria certo.

Eu me lamentava sempre quando acordava do pesadelo, porque mesmo que àquele sonho me roubasse o ar, eu podia vê-lo e a realidade o tirava de mim.

Como pude esquecer de algo tão perfeito como seu rosto? Como pude esquecer da frieza do seu olhar? Da imobilidade do seu corpo? E, mais importante, como pude esquecer da grandiosidade das suas asas?

Uma lufada de ar escapou pelos meus lábios, trazendo um preocupado Darren para mais perto de mim.

- Carrie, você está bem?

- Estou sim. Só preciso ir pra casa.

- Mas...

- Tchau.

Saí do colégio e fui em direção ao meu carro. Dirigi pelo caminho tão conhecido até chegar na enorme casa branca onde morávamos minha tia e eu.

Fui para o meu quarto, sentei na cadeira perto da escrivaninha e já não lembro de mais nada.

Uma garota perdida pelo mundo.

Humana ou anjo,

Eu me pergunto.


Por ela estou apaixonado,

Uma situação errada

Que se estende por um longo passado.

Acordei e lá estava outro poema estranho. A única explicação era que eu escrevia enquanto dormia, mas como?

Minha cabeça não parava de latejar, desorientada pelo cansaço desci as escadas e logo pude ver um homem de pé olhando os retratos de família, meu primeiro impulso foi correr, mas parecia que um imã invisível me levava para mais perto dele.

Abri a boca pronta para começar um interrogatório, mas ele foi mais rápido.

- Finalmente te achei. – Disse ele me fazendo lembrar onde eu o tinha visto antes. Ele é o anjo do meu pesadelo.

- Você... – Comecei a falar, mas ele me interrompeu.

- Temos que sair já daqui, eles estão vindo.

- Quem? – Indaguei.

- Anjos, demônios. O céu e o inferno, todos estão atrás de você.

- Porque?

- Porque, há muito tempo atrás, um anjo se apaixonou por uma nephlim, isso é inaceitável, todos caçam os dois desde então.

- E o que eu tenho haver com isso?

- O anjo sou eu, a nephlim é você.

Sentei no sofá, desnorteada pelo excesso de informação. Um estrondo ecoou pelo cômodo seguido de um imenso clarão.

- Eles já estão aqui.

Então a ultima coisa que eu vi foras as gigantescas asas do anjo a minha frente.

______________

Oi meus amores!

Me desculpem pelo meu sumiço, é que o meu computador quebrou e não teve como eu postar. Enfim, esse conto foi baseado na poesia do inicio. Eu a fiz na aula de literatura. Viajei legal não acham? Ok, todas as poesias aqui foram feitas por mim. Gostaram?

Saudades de vocês, besos,

Ray.

domingo, 30 de janeiro de 2011

What is it good for?

Acreditar no amor? Eu sinceramente não acredito. Viver eternamente apaixonado, viver só para o outro, para uma pessoa que você possivelmente nunca conhecerá de verdade? Não, isso não é pra mim.

Não que eu não ache bonito. É obvio que eu acho, afinal eu surgi de um grande amor entre dois adolescentes inconsequentes e despreparados, cresci em um ambiente cercada de todas as coisas boas que rodeiam o mundo.

Para falar a verdade eu acredito no amor, só não acredito que ele foi feito para mim. Prático.

- Mas você não tem curiosidade? Não quer saber como é? – Perguntou Lana, minha adorável amiga que se apaixona em média 5 vezes por semana. – Sabe como é... – ela mordeu o lábio inferior mostrando o quanto estava desconfortável com o rumo que a conversa tinha tomado.

Sorri para a adorável criatura sentada na minha cama.

- Pode falar a palavra, Lana, não é nada demais dizê-la. – Ela sorriu de volta para mim adorando a minha aprovação.

- Você nunca quis saber como é... amar, Brianna?

Sentei-me na cama ao lado dela pensando na resposta para aquela pergunta, eu realmente não tinha esperado algo desse aspecto vindo da boca dela.

Lana mexeu-se desconfortavelmente ao meu lado.

- Tudo bem se não quiser responder, Bri. Sei que você não gosta que falemos disso. – Ela colocou uma mecha de seu cabelo loiro claro atrás da orelha, uma das coisas que ela costuma a fazer quando está nervosa ou envergonhada.

- Não, por mim tudo bem, deixe-me só pensar numa resposta boa o suficiente. – Passaram-se alguns segundos sem que nenhuma de nós dissesse nada. Com um suspiro, eu comecei: - Sabe, Lana, eu já passei muito tempo querendo saber como é, acho que posso até ter me apaixonado algumas poucas vezes, mas acabei com o coração meio machucado. Então hoje eu prefiro não sentir isso de novo, acho que ninguém será bondoso comigo. Não me interprete mal, não estou dizendo que não estou dizendo que sou assexuada ou algo do tipo, eu adoro de ter uma boca junto a minha, gosto de ficar com garotos. Mas isso para mim não passa de diversão, não mais que isso.

- Mas, Bri, é tão mágico quando você ama alguém, e é mais mágico ainda quando esse sentimento é recíproco. Eu só não entendo como alguém pode renegar a isso.

Pensei um pouco em que falar, eu não gostava dessas conversas, sempre me deixavam um pouco mal, nunca sabia direito no que falar. Pode até ser que ela estivesse certa.

Eu acho lindo quando vejo dois velhinhos apaixonados, andando de mãos dadas como se fossem ainda jovens e tivessem toda a vida pela frente. Às vezes penso que gostaria de sentir isso novamente.

Mas então lembro da dor. Já tive um coração partido, conheço a dor, tive que catar os pedaços e agir como se nada tivesse acontecido. Eu só não quero sentir outra vez. Será que é um pecado tão grande assim?

- Amor, - Pensei em voz alta. – amor, amor, amor, amor. Todos só falam nisso. Para que isso é bom afinal? Absolutamente nada!

Lana olhou para mim boquiaberta.

- Para que é bom? Você ainda pergunta. – Sua voz era dura, mas seus olhos transmitiam a ternura e a preocupação que tinha para comigo. – Sem o amor para começar nós não seriamos nada. Você nunca viveu em um mundo sem amor, Bri, não sabe como é. Pra falar a verdade eu também não, mas acho que seria horrível.

- Eu sei, Lana, é que... eu não amar ninguém, isso não influencia em nada na minha vida.

- Pode apostar, Bri, você, algum dia vai sentir falta do amor.

Sorri.

- Quem sabe, Lana? Quem sabe algum dia eu não encontre alguém para quem eu realmente queira entregar meu coração.

- Esse dia vai chegar. E quando chegar eu estarei lá, na torcida por você.

O som de uma buzina de carro ecoou pelo meu quarto. Lana se levantou em um salto.

- O Jake chegou! – Falou ela alegremente, indo em direção a porta. Já estava quase saindo quando se virou para mim e sussurrou: - Ele vai chegar, eu sei que vai. Acredito nisso.

Me mandou um beijo e saiu.

Deitei na cama, cansada com aquela conversa exaustiva.

“Para que isso é bom afinal?” A frase que eu tinha dito há poucos minutos ecoava em minha mente. Quem sabe possa ser bom para algo, afinal?

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

New life!

Eu corria em velocidade máxima por aquela praia deserta iluminada somente pela lua, não me importava de minhas pernas implorarem por descanso, não me importava em meus músculos se contraírem em protesto pelo esforço. Tudo o que eu queria era fugir para o mais longe possível daquele lugar, o mais longe que eu pudesse dele.

Meu coração batia descompassado no peito, ferido, fechado, sangrando, morrendo.

Olhei pra trás uma vez. Não conseguia ver nada, a noite estava escura como breu, não conseguiria ver um palmo na minha frente nem se tentasse.

Será que ele estava vindo atrás de mim? Será que ele algum dia se importou com os meus sentimentos, pelo menos uma vez? Não, claro que não. Para ele eu não passei de uma brincadeira passageira. Ele brincou, foi divertido, mas perdeu a graça.

Não é o que sempre acontece? Amores se desgastam e acabam. Bom, foi amor pelo menos para mim, porque para ele eu sei que não foi. De jeito nenhum.

- Você é única pra mim, Julie. – Sussurrava Connor em meu ouvido fazendo uma corrente elétrica serpentear pelo meu corpo.

Como pude acreditar em mentiras tão mal contadas? Devia ter visto a mentira em seus olhos. Mas eu estava boba, encantada com ele, me deixei levar por suas mentiras de amor.

De repente senti uma dor incrível no meu pé esquerdo. Olhei para baixo e vi o que causará tamanha dor, eu tinha acabado de chutar uma pedra. Sentei-me no chão para avaliar o tamanho do estrago, meu pé estava completamente estragado. Não estragado de verdade, claro.

Sentei no chão e comecei a chorar, não por causa da dor em meu pé, isso era irrelevante. Comecei a chorar pelo meu amor não correspondido, pelo meu coração partido, por mim.

- Julie – Alguém gritava meu nome ao longe. Encolhi-me ao escutar. Será que era Connor procurando por mim, arrependido de todas as coisas que ele me disse?

Tirei aquilo de minha mente, não era Connor procurando por mim, e mesmo se fosse, depois de tudo o que ele me disse, não tinha o direito de me procurar, de estar arrependido.

A lembrança veio a mim como um furacão de emoções.

- O que você pensou? Que éramos fixos? – Ele gargalhou – Estava enganada garota, nunca fomos nada. Eu te peguei e pronto. Você é até gostosinha, mas não é boa o bastante pra mim. Se quiser que eu te pegue de novo tem que entrar na fila, meu bem. – Suas ultimas palavras foram repletas de sarcasmo.

Então foi assim que eu saí daquela festa e acabei assim, sozinha chorando para a lua.

- Julie, por favor apareça. - A voz agora estava mais perto e dava para reconhecê-la. Nathan, o meu Nathan, a única pessoa que nunca me abandonou na vida, meu melhor amigo.

Limpei as lagrimas que alagavam meu rosto na camisa branca.

- Aqui, Nate. – Gritei eu, impedindo a minha voz de tremer.

- Ah, Ju, Graças a Deus, você não sabe o quanto eu estava preocupado.

- Não precisa se preocupar, eu estou bem.

Seus olhos passaram por todo o meu corpo, analisando meu estado. E se detiveram no meu pé esfolado.

- Bem? Isso parece bem para você? – Perguntou ele.

- Pelo menos dá para andar – Revidei e tentei andar mostrá-lo que estava tudo bem, mas a dor que senti foi realmente insana. – Ai! – Reclamei.

- Não dá para andar coisa nenhuma – Disse ele se abaixando para me pegar no colo como se eu fosse um bebê.

- Deixa disso Nate, eu posso andar.

- A sua demonstração de que pode fazer isso foi incrível – Disse ironicamente.

Depois dessa eu tive que ficar calada. Então ficamos assim, ele e eu em um silencio constrangedor.

- Você sabe que aquele cara é um idiota completo, não sabe? – Disse ele, rompendo o silencio.

Eu ri, um riso cheio de dor e ironia.

- Eu sei, na verdade eu sempre soube, o duro é falar isso para o meu coração.

- É, eu sei. Mas você sabe que tem um monte de caras atrás de você.

Outra risada.

- Não mesmo, não tem ninguém atrás de mim.

- Tem sim.

- Me diga o nome de um só.

- Hm – Ele pensou. – Nathan Scott, serve? - Congelei, ele estava falando sério. – Olha, Ju, eu sei que você está magoada, e sei que esse não é o melhor momento para uma declaração de amor, mas eu quero que saiba que eu sempre fui apaixonado por você, desde pequeno.

Quando eu não disse nada, ele simplesmente colou seus lábios aos meus com certa delicadeza. Uma ultima lagrima escorregou pelo meus olhos, mas dessa vez não era lagrima de tristeza, nem de alegria, para falar a verdade eu não fazia ideia de qual emoção era aquela.

Eu só tinha uma certeza na vida agora: Alguém me amava, e esse alguém era meu melhor amigo, meu companheiro. Alguém que eu sempre amei também.

Nesse momento eu estava só um pouco atenta aos fogos brilhando acima de nós.

- Feliz ano novo. – Sussurrou ele em meu ouvido.

- Feliz vida nova. – Sussurrei de volta.

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Ciao amore mios! oi meus amores!

Só avisando que vou viajar pra Disney realizando meu sonho e vou passar uns dias fora, 15 para ser mais exata, e claro que não podia deixar vocês sem antes postar aqui né. Amo vocês.

Beijos brilhantes,

Ray.