domingo, 27 de fevereiro de 2011

Anjos.

Beleza inumana,

Foi aquela que em meus sonhos vi,

Seu corpo era de um deus,

E em seus olhos frios

Um brilho conseguiu reluzir.


Confuso entre dois pólos,

Não sabe qual escolher

Se o bem lhe ajuda a respirar,

O mal o faz viver.


Se pudera te chamar de algo

De anjo te chamarei,

Anjo de um Pesadelo bom

Que sem querer acordei.

A folha de papel escrita na minha frente parecia miragem. A letra que ali estava era minha, mas eu não me lembrava de escrevê-las. Eu não sei sequer fazer poesia, muito menos algo tão belo e tão perturbador como aquela a minha frente.

Olhei para os lados, procurando por alguma pista do que estava acontecendo ali. Nada. A sala estava completamente absorta na aula de história. O Sr McGarden, meu genial professor de história explicava o porquê bíblico do Grande Dilúvio. Algo haver com anjos e com seus filhos, eu não conseguia me concentrar direito graças àquele poema em meu caderno.

Atordoada com o surgimento daquela poesia, fechei o caderno e no mesmo momento o sinal da aula tocou.

- O McGarden como sempre arrebentando nas aulas, não acha, Carrie? – Perguntou Darren, meu melhor amigo.

- Para falar a verdade, eu não sei, não prestei muita atenção. Acho que viajei.

- Que estranho, Carrie Nerd viajando na aula? Nunca pensei que fosse presenciar isso.

- Olha só isso. – Peguei o caderno e abri na pagina do poema. – Aparentemente, foi nisso que eu trabalhei durante a aula de história.

Ele leu rapidamente o poema depois me devolveu o caderno o caderno.

- Wow, Carrie, eu não sabia que você sabe fazer poesia.

- Essa é a questão, Darren, eu não sei, sempre fui uma negação quando se trata de escrever. Eu simplesmente apaguei e quando voltei a mim isso estava escrito no meu caderno.

- Nossa, isso sim é estranho. – Ele balançou a cabeça não acreditando na minha história. Mas logo mudou de assunto: - Feliz aniversario! – Ele puxou uma caixinha vermelha de sua mochila e logo após me passou a mesma. - E não adianta dizer “não precisava” não é todo dia que a gente faz 18 anos.

- Obrigada. – Sussurrei timidamente.

Abri a pequena caixa, um colar com um pingente de um par de asas prateadas me esperava. p

- Que lindo, D. É exatamente a minha cara!

Virei de costas para ele poder colocar o colar em mim. Assim que o delicado ar de asas tocou a minha pele eu lembrei o que vinha me incomodando o dia todo.

O homem que vem aparecendo em meus sonhos ultimamente. Um homem incrivelmente lindo, devia ter por volta de seus 20 anos.

No sonho eu sempre estava me afogando e ele observava enquanto isso acontecia. Seu rosto estava dividido entre a frieza e a compaixão. Parecia que ele queria me salvar, mas não sabia se fazer isso seria certo.

Eu me lamentava sempre quando acordava do pesadelo, porque mesmo que àquele sonho me roubasse o ar, eu podia vê-lo e a realidade o tirava de mim.

Como pude esquecer de algo tão perfeito como seu rosto? Como pude esquecer da frieza do seu olhar? Da imobilidade do seu corpo? E, mais importante, como pude esquecer da grandiosidade das suas asas?

Uma lufada de ar escapou pelos meus lábios, trazendo um preocupado Darren para mais perto de mim.

- Carrie, você está bem?

- Estou sim. Só preciso ir pra casa.

- Mas...

- Tchau.

Saí do colégio e fui em direção ao meu carro. Dirigi pelo caminho tão conhecido até chegar na enorme casa branca onde morávamos minha tia e eu.

Fui para o meu quarto, sentei na cadeira perto da escrivaninha e já não lembro de mais nada.

Uma garota perdida pelo mundo.

Humana ou anjo,

Eu me pergunto.


Por ela estou apaixonado,

Uma situação errada

Que se estende por um longo passado.

Acordei e lá estava outro poema estranho. A única explicação era que eu escrevia enquanto dormia, mas como?

Minha cabeça não parava de latejar, desorientada pelo cansaço desci as escadas e logo pude ver um homem de pé olhando os retratos de família, meu primeiro impulso foi correr, mas parecia que um imã invisível me levava para mais perto dele.

Abri a boca pronta para começar um interrogatório, mas ele foi mais rápido.

- Finalmente te achei. – Disse ele me fazendo lembrar onde eu o tinha visto antes. Ele é o anjo do meu pesadelo.

- Você... – Comecei a falar, mas ele me interrompeu.

- Temos que sair já daqui, eles estão vindo.

- Quem? – Indaguei.

- Anjos, demônios. O céu e o inferno, todos estão atrás de você.

- Porque?

- Porque, há muito tempo atrás, um anjo se apaixonou por uma nephlim, isso é inaceitável, todos caçam os dois desde então.

- E o que eu tenho haver com isso?

- O anjo sou eu, a nephlim é você.

Sentei no sofá, desnorteada pelo excesso de informação. Um estrondo ecoou pelo cômodo seguido de um imenso clarão.

- Eles já estão aqui.

Então a ultima coisa que eu vi foras as gigantescas asas do anjo a minha frente.

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Oi meus amores!

Me desculpem pelo meu sumiço, é que o meu computador quebrou e não teve como eu postar. Enfim, esse conto foi baseado na poesia do inicio. Eu a fiz na aula de literatura. Viajei legal não acham? Ok, todas as poesias aqui foram feitas por mim. Gostaram?

Saudades de vocês, besos,

Ray.